A Síndrome da Suspensão Inerte e a NR 35
A Síndrome da Suspensão Inerte e a NR 35
Neste post vamos tratar sobre a a NR 35 e sua relação com a Síndrome da Suspensão Inerte e os devidos cuidados no momento do resgate e primeiros socorros para atividade em altura.
Em primeiro lugar vamos entender como ocorre o desenvolvimento dos sintomas da Síndrome da Suspensão Inerte:
Náuseas, tonturas, sudorese, sensação de falso desmaio e dormências podem ser observados, e a partir de 4 a 6 minutos representam grande risco de vida com sintomas como dormência, dor intensa, sensação de asfixia, contrações incontroláveis, hipotensão e taquicardia.
Uma vez que o trabalhador é acometido pela Síndrome da Suspensão Inerte, ele estará exposto desde de um desmaio até uma morte eventual devido à privação de oxigênio no cérebro.
COMO OCORRE?
Este quadro ocorre quando o trabalhador após a ocorrência do acidente ou por ter permanecido muito tempo em suspenção, ligado ao sistema limitador de quedas conectado ao cinto de segurança ou cadeirinha (rapel/escalada) e em condição de inercia. Esse acidente pode ocorrer decorrente de mal súbito, um trauma durante a queda, ou por fadiga muscular.
Nesta situação, os músculos inferiores param de atuar no auxílio a circulação venosa, que por sua vez acaba represada nas pernas e braços, devido a compressão exercida pelas fitas do cinto de segurança contra as pernas do trabalhador e a redução do retorno venoso.
VEJA O VÍDEO EXPLICATIVO
EXISTEM ESTUDOS A RESPEITO?
Esta Síndrome da Suspensão Inerte é muito singular, por se tratar de um mal que acomete apenas o trabalho em altura e atividades verticais, ainda é pouco estudada. Os estudos se iniciaram na década de 70 onde teve sua ênfase na Conferência Internacional de Medicina em Montanha em 1972, através de um relatório austríaco sobre a morte de 10 alpinistas que haviam ficado entre 30 minutos a 8 horas suspensos por uma corda.
Enquanto em posição inerte (parado), o sangue se acumula nos membros inferiores, causando uma intolerância ortostática. Esta intolerância ortostática também pode ocorrer quando um indivíduo se movimenta repentinamente após um tempo em suspensão inerte. Se essas condições persistirem, elas podem potencialmente ser fatais.
Por exemplo, sabe aquela situação quando você fica por muito tempo parado, e bruscamente se levante, e com isso sente uma fraqueza e tonturas? Pronto! Você sofreu o que podemos chamar de intolerância ortostática.
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Em situações que envolvem trabalho em altura, o trabalhador após a queda, permanecendo em suspensão inerte (pendurado), haverá um acúmulo de sangue nas pernas devido o compressão das cintas sub pélvica do cinto paraquedista, reduzindo assim a quantidade de sangue em circulação. O corpo reage a essa redução acelerando a frequência cardíaca e tentando manter um fluxo sanguíneo suficiente para o cérebro. Como o suprimento de sangue foi reduzido significativamente, essa reação não será eficaz. O corpo rapidamente diminuirá a frequência cardíaca e a pressão sanguínea diminuirá nas artérias. Em consequência do acumulo de sangue nos membros inferiores, haverá redução na quantidade e na qualidade do oxigênio do sangue que flui para o cérebro. Em consequência a vítima desmaiará.
Essa redução também afetará outros órgãos vitais, tais como os rins, pois estes são muito sensíveis ao oxigênio do sangue, e a insuficiência renal pode ocorrer com o excesso do retorno venoso.
O TRATAMENTO
Diretrizes anteriores baseadas na conferência de 1972 em Innsbruck recomendaram que a vítima depois de retirada em suspensão, fosse colocada na posição sentada, como meio para impedir o acumulo de sangue com toxinas seguissem bruscamente para o coração e pulmão fazendo com que a vítima entrasse em choque e possivelmente em óbito. Contudo, nenhuma evidência científica foi encontrada para apoiar esse fato, juntamente com os achados da Revisão de HSE, logo mais e mais agências estão recomendando que os pacientes sejam tratados em uma posição totalmente horizontal após o resgate, baseando-se que na ideai de que a posição sentada pode retardar o fluxo sanguíneo para o cérebro.
RESGATE E PRIMEIROS SOCORROS
Se o autoresgate for impossível, ou se o resgate não puder ser realizado imediatamente, acione a equipe de resgate. Após o acionamento da equipe especializada a vítima de estar treinada ou ser orientada a “bombear” suas pernas com frequência para ativar os músculos e reduzir o risco de agrupamento venoso. Os pontos de apoio estruturais, caso existam, podem ser usados para aliviar a pressão, retardar os sintomas e fornecer suporte para o “bombeamento muscular”.
Caso o autoresgate não possa ser realizado, recomenda-se que o resgate seja realizado em até 10 minutos para vítimas em suspensão.
O resgate deve seguir algumas outras recomendações:
-Solte as tiras da perna do cinto;
-Coloque a vítima em decúbito dorsal;
-Use a prancha de resgate ou/e um colar cervical para estabilização se houver suspeita de lesão na coluna.
-Se a vítima estiver inconsciente, mantenha as vias respiratórias da vítima abertas e cheque sempre os sinais vitais.
-Caso a vítima não apresente pulso palpável, inicie rapidamente manobras de ressuscitação cardiopulmonar até a chegada da equipe de emergência.
OUTRAS RECOMENDAÇÕES
Depois de entendido o proposito da norma é importante lembra que todo trabalhador que realiza atividade em altura deve por obrigação da norma NR 35 ser treinado, autorizado E supervisionado para realização de qualquer atividade.
Em síntese, os trabalhadores devem usar dispositivos de retenção de queda de acordo com as novas recomendações da NR 35 e aqueles que podem e estão capacitados para realizar atividades de resgate, também devem ser treinados para esse fim.
Verifique se o seu equipamento de proteção pessoal está devidamente ajustado e se há desgaste, para que funcione como pretendido;
Peça sempre para que outra pessoa, devidamente treinada, cheque seu equipamento (técnica dos 4 olhos).
Outro nomes encontrados para o problema: Síndrome do Boudrie, Síncope em Suspensão, Trauma em Suspensão, Intolerância ortostática.
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Por Richard Macedo – Bombeiro Militar e instrutor de NR35.
Referências para o post:
-Seddon, Paul. Suspensão de Arnês: revisão e avaliação de informações existentes. Executivo de Saúde e Segurança. Relatório de Pesquisa 451/2002. 104 pp. Sheehan, Alan. Trauma de Suspensão. Folheto de treinamento.
-Pasquier et al. “Atualização Clínica: Trauma da Suspensão.” Deserto e Medicina Ambiental. 22,2 (2011): 167-171. Rede. 17 de outubro de 2015.
-Adisesh, A., Lee, C., Porter, K. “Suspensão do arnês e gerenciamento de primeiros socorros: desenvolvimento de uma diretriz baseada em evidências.” Jornal de medicina de emergência. 28,4 (2011): 265-268. Rede. 17 de outubro de 2015
-Robertson, David. Intolerância Ortostática. Vanderbilt University, Nashville, Tennessee.
-Faculdade de Medicina de Nova York. Intolerância Ortostática. Vahalla, Nova York.
-Administração de Segurança e Saúde Ocupacional) dos Estados Unidos
https://www.osha.gov
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